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Oito meses após 1º caso, Backer contrata empresa para negociar reparação às vítimas

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Duas mortes em julho elevaram o número de vítimas fatais para 10 por intoxicação pelo consumo de cerveja contaminada

Oito meses após a revelação do primeiro caso de contaminação pelo consumo dos seus rótulos, a cervejaria Backer anunciou ter iniciado um processo de reparação para as famílias das vítimas. Em publicação nas redes sociais, a fabricante mineira explicou ter contratado uma empresa especializada em conciliação.

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Acusada pelo uso de substâncias contaminantes na produção de cervejas, a Backer afirma que tem buscado compensar as famílias afetadas. Conforme diz a marca, que iniciou a mensagem com palavras de solidariedade a todos os afetados, foram contratados os serviços da Câmara de Conciliação e Mediação Satisfactio, empresa privada e especializada na solução de conflitos.

“Através de uma agenda de sessões, já iniciadas, a Satisfactio entrará em contato com as vítimas e ou suas respectivas famílias, para que, juntos e acompanhados pelos conciliadores e mediadores, possamos iniciar profícuo diálogo com o objetivo de minimizar os sofrimentos e buscar uma solução capaz de trazer conforto e paz para todos. Este é o caminho. Não haverá espaço neste novo ambiente de diálogo para o debate sobre culpas e responsabilidades, buscaremos apenas soluções”, destaca a Backer.

“Tenham a certeza de que o diálogo para o qual serão convidados será pautado pela boa fé, tanto nas intenções como no compromisso de fazermos o possível para encerrarmos este triste capítulo. Queremos e temos muita fé de que tudo retornará a uma nova normalidade, com cicatrizes, mas um recomeço. Trabalharemos muito para que a vida volte a fluir, de forma diferente, certamente, mas ela tem que prosseguir”, conclui a publicação.

Contaminação desde janeiro de 2019
Um relatório divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apontou que a Backer produzia cervejas contaminadas desde janeiro de 2019. Assim, segundo a pasta, não existe a possibilidade de os casos revelados a partir do início de 2020 serem eventos isolados no histórico de produção da companhia.

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O documento também apontou que as substâncias monoetilenoglicol (MEG) e dietilenoglicol (DEG) – contaminantes encontrados nos rótulos – não são produzidas pela levedura cervejeira em condições normais de fabricação da bebida.

O Mapa ainda informou que não houve a identificação de contaminações desta natureza em análises realizadas em cervejas nacionais e importadas. Após uma revisão da literatura científica, foi verificado que a contaminação é inédita em alimentos no Brasil.

 “As apurações fiscais indicaram que a cervejaria Backer adotou práticas irresponsáveis ao utilizar líquidos refrigerantes tóxicos de forma deliberada em seu estabelecimento, utilizando-os em detrimento de alternativas atóxicas, como propilenoglicol e álcool etílico potável. As contaminações por MEG e DEG não estão restritas a lotes que passaram pelo tanque JB 10, ocorrendo também em cervejas elaboradas anteriormente à instalação deste tanque na cervejaria”, relata a pasta.

Ainda segundo a publicação do Mapa, a empresa possui diversas falhas e lacunas em seus sistemas de controle e gestão internos, apresentando informações incompletas nos relatórios de produção e controles de rastreabilidade ineficientes.

Fora do mercado
Em janeiro, como medida cautelar, o Ministério da Agricultura realizou o fechamento da cervejaria da Backer. Ainda adotou, junto aos demais órgãos, medidas imediatas para interromper a produção e a comercialização dos produtos contaminados.

No total, foram apreendidos nas dependências do estabelecimento e no comércio de Minas Gerais 79.481,34 litros de cerveja, de várias marcas e diversos lotes com presença dos contaminantes, sendo 56.659 garrafas com riscos aos consumidores.

No Espírito Santo, por sua vez, os resultados das análises indicaram 9.047 garrafas de cerveja contaminadas retiradas dos mercados, totalizando 5.428,2 litros.

Os procedimentos para apuração de responsabilidades na esfera administrativa já foram iniciados e seguem os ritos processuais legalmente previstos.

Inquérito
O inquérito da Polícia Civil, concluído em junho, contabilizou 29 vítimas intoxicadas desde setembro de 2019, quando os casos começaram a acontecer, mesmo mês em que um novo tanque foi comprado pela Backer e instalado na fábrica.

Os sócios da empresa foram acusados por estocar, vender e não dar publicidade a um produto contaminado, enquanto seis responsáveis técnicos e o chefe de manutenção da cervejaria foram denunciados por homicídio culposo, lesão corporal culposa e contaminação de produto alimentício culposo. Em julho, mais duas mortes elevaram o número de vítimas fatais para dez.

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