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Cerveja Não Me Kahlo busca trazer luz e ajudar a combater violência contra mulheres

violência contra mulheres
Rótulo foi criado em parceria pela Cervjaria Ignorus com Jana Pinho, revertendo parte do valor arrecadado para ONGs

A violência contra as mulheres é um problema social que tem se perpetuado ao longo do tempo em inúmeras partes do mundo. No Brasil, dados do Instituto Patrícia Galvão “Violência contra as Mulheres em Dados” revelam que 1.350 casos de feminicídios foram registrados em 2020. No mesmo período, 60.460 incidentes de violência sexual foram computados, o que equivale a 165 estupros por dia.

Cientes da situação crítica ao qual as mulheres são submetidas na sociedade, Jana Pinho e a Cervejaria Ignorus decidiram criar o projeto da Não Me Kahlo. Lançada em 2020, a cerveja já está em sua segunda edição e tem parte da renda obtida com as vendas destinada para mulheres vítimas de violência.

Leia também – Confira lançamentos realizados pelas cervejarias em maio

Jana é especialista comercial e cervejeira pela Escola Superior de Cerveja e Malte (ESCM). Além disso, é responsável pelo perfil Beer Influenza, que acumula mais de 13 mil seguidores no Instagram.

Ao Guia, Jana conta que vivenciou a violência física e psicológica de forma intensa desde a infância até seu último relacionamento amoroso. “Sempre busquei ouvir outras mulheres e, quando percebi que meu Instagram poderia alcançar mais vozes, pensei em fazer da nossa voz algo tangível, para impactar homens e representar mulheres”, pontua.

A Não Me Kahlo é uma Double IPA, com adição de hibisco e pitaya. Tem 8% de graduação alcoólica e 90 IBUs de amargor. É uma cerveja de corpo elevado, cor intensa, força e complexidade no paladar. Ao mesmo passo que a cor aparente doçura e leveza, ela é forte e de amargor elevado.

“Era essa ideia, confundir, como nós mulheres confundimos. Nossa aparência não nos define”, destaca Jana, relatando que já tinha a ideia da cerveja em mente quando recebeu a acolhida da Ignorus. “Não deu tempo de ir para o papel. A Cervejaria Ignorus acolheu a ideia de braços abertos e eu tive o prazer de dividir sonhos, panelas, tanques e latas com os meninos”, afirma.

Quando a cerveja foi lançada pela primeira vez, parte da renda obtida com as vendas foi doado para a ONG paranaense Mais Marias, que apoia mulheres vítimas da violência. “Por óbvio, é uma ONG legal e que não tem informações físicas reveladas para proteger a integridade física das suas acolhidas. Foi extremamente prazeroso poder ajudar”, conta a cervejeira.

Neste ano, a iniciativa vai se repetir, com Jana e a Ignorus buscando outras entidades com o mesmo apelo. “A ideia é buscar quem acolha essas mulheres, que dê auxílio jurídico, psicológico, que atue pela integridade dessas mulheres e, assim, possa lhes ajudar a recomeçar”, frisa.

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A mulher no setor cervejeiro
Para a cervejeira, o setor ainda é composto por uma maioria masculina que segrega mulheres de forma velada. “Hoje temos currículos importantíssimos de mulheres eficientes buscando espaço desde o chão de fábrica até excelentes mestres cervejeiras, mas ainda ouvimos o quanto uma mulher ‘pode distrair a produção’ ou que ainda ‘não tem força’ para subir sacas de malte”, conta.

Assim, a Não Me Kahlo também tem o intuito de chamar a atenção para a desigualdade dentro do segmento cervejeiro. “É mostrar que uma mulher como eu, vista com olhos de quem busca oportunidade de fama, tem, na verdade, causas reais para lutar e que também é competente o suficiente para produzir, idealizar e lançar. Que isso encoraje outras mulheres”, destaca Jana.

Então, para ela, se a sociedade “não quer abrir os olhos”, há dever de se fazer ouvida e buscar espaços, “nem que seja no grito”. “A gente vive em tempos de lugar de fala. De se apropriar de direitos. De se empoderar por espaços. Mas eu vejo que cada dia mais as mulheres têm seus espaços reduzidos, desrespeitados, questionados, por uma pluralidade que ignora a dor real da mulher, essa que sempre existiu e já não espanta. O medo da violência gratuita. O pavor de ser vítima de feminicídio, porque, sim, nós somos vítimas de barbáries apenas por termos nascido mulheres”, frisa.

Lei Maria da Penha e as medidas de proteção à mulher
Mesmo com a luta histórica que as mulheres seguem travando na defesa de seus direitos e de todo o reconhecimento e conquistas já obtidos, a violência ainda é real, grave e letal. Diante disso, a Lei Maria da Penha foi sancionada em 7 de agosto de 2006 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Com 46 artigos distribuídos em sete títulos, a lei cria mecanismos para prevenir e coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher em conformidade com a Constituição Federal e os tratados internacionais ratificados pelo Estado. Segundo a Lei Maria da Penha, existem cinco tipos de violência doméstica e familiar contra a mulher: física, psicológica, moral, sexual e patrimonial.

Além da Lei Maria da Penha, existem diversos serviços e instituições que podem prestar o atendimento e o apoio à mulher vítima de violência, como o 180 e as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher.

Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM)
As DEAMs são unidades especializadas da Polícia Civil para atendimento às mulheres em situação de violência. Com a promulgação da Lei Maria da Penha, as DEAMs passam a desempenhar novas funções que incluem a expedição de medidas protetivas de urgência ao juiz no prazo máximo de 48 horas.

Ligue 180
Criado pela Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, o Ligue 180 é um canal que presta escuta e acolhida às mulheres em situação de violência. O objetivo é que possam ser registradas e encaminhadas denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes. É importante destacar que a denúncia pode ser feita de forma anônima estando disponível em qualquer horário e data. A ligação é gratuita.

1 Comment

  • Natália Valesca Reply

    3 de junho de 2022 at 14:57

    Essa Mulher arrasa na cerveja. Essa então é fora de série. Amo amo amo!!!

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