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Cervejarias reveem logística como saída para driblar inflação e alta da gasolina

Alta de mais de 50% da gasolina nos últimos 12 meses vem provocando mudanças na política de entregas das cervejarias

A persistente alta da inflação, que está em 10,74% nos últimos 12 meses, de acordo com os dados mais recentes divulgados pelo IBGE, forçou a adoção de novas estratégias pelas cervejarias. Em um momento de retomada do consumo, preocupadas em não afugentar o público, as marcas têm revisto, especialmente, a distribuição e a operação logística com o intuito de evitar o repasse integral da elevação dos preços ao consumidor.

Esse foco está em consonância com a distribuição da inflação pelos variados itens. Afinal, se o dólar valorizado e as matérias-primas até pressionam o índice, o maior vilão é o combustível. Em novembro, por exemplo, o preço da gasolina subiu 7,38%. E a sua alta nos últimos 12 meses está em 50,78%. O índice fica em 69,4% para o etanol e em 49,56% para o diesel.

Entre as cervejarias ouvidas pelo Guia, a principal ação para lidar com esse cenário envolve a busca por uma operação logística mais eficiente. Tudo para contornar os aumentos dos preços, especialmente os dos combustíveis, não os incluindo nos valores cobrados pelos seus rótulos.

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Na StartUp Brewing, por exemplo, foram reduzidos os números de automóveis utilizados na entrega dos produtos. Além disso, é preparada, com cuidado, a rota de entrega, como detalha Otávio Shiroma, coordenador de logística da companhia.

Os efeitos que essas altas trazem impactam na nossa operação logística, na hora de criarmos as rotas e na operação em si. Às vezes, optamos por ao invés de mandar 3 carros para a rua, mandamos apenas 2. Dá uma apertada nos horários e na quantidade de produtos em um só carro, mas tem sido a opção mais viável. E também na montagem do itinerário, otimizando as entregas em regiões que atendemos e até reduzindo as rotas para algumas regiões”, afirma.

Algo parecido foi adotado pela Brewpoint, que tem buscado reduzir o consumo de combustível. “Distribuímos diretamente uma pequena parte de nossa produção, a qual tentamos administrar com a otimização das rotas de entregas”, diz Pedro Henrique Neves, sócio da cervejaria.

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Na Cruls, a avaliação foi de que a companhia conseguiu tornar a sua logística mais eficiente ao alterar políticas de venda e de entrega, como explica Pedro Capozzi, sócio-fundador e gerente de operações.

“Nós fizemos algumas modificações nas nossas dinâmicas e políticas de entregas, tanto para cliente final como para pontos de venda. Fizemos alterações como, por exemplo, pedido mínimo, prazo de entrega, elaboramos uma setorização dessas entregas etc.”, afirma.

As parcerias também têm sido uma saída encontrada por diversas marcas no setor cervejeiro. É o caso da Matisse, do Rio de Janeiro, que vem atuando junto com outras cervejarias em compras coletivas de insumos, além da realização conjunta da distribuição, melhorando a logística. Assim, a esperança é de otimizar os gastos, como destaca Mário Jorge Lima, sócio-fundador da cervejaria.

“Em relação aos insumos, temos procurado parcerias para fazer compra conjunta, pelo menos dos insumos mais comuns e, com isso, conseguir maiores descontos e menor custo de frete. Temos procurado parcerias também na logística de entrega e estamos investindo no bar da fábrica para aumentar as vendas locais”, diz, também destacando a venda direta ao consumidor como uma outra saída.

Na WO Beer, a estratégia foi renegociar contratos com fornecedores. “Chamamos para conversar todos os nossos fornecedores e negociamos novas condições dentro da nossa parceria. Com muita negociação, conseguimos reduzir praticamente todos os preços praticados pelos nossos parceiros fornecedores”, afirma Gerson Luiz Dunca, diretor da companhia.

E as compras de insumos e produtos pelo WO Beer são realizadas sem parcelamento, o que permite a obtenção de preços mais competitivos. “Ajuda bastante também o fato de a empresa pagar suas compras somente à vista. Isso reduz bastante os custos financeiros embutidos nos serviços e produtos usados em toda a nossa cadeia de produção e venda”, explica Dunca.

Além da preocupação em diminuir os custos com a logística, reduzir as margens de lucro também tem sido uma ação adotada por algumas cervejarias, com o foco em não perder participação no mercado. “Estamos apertando nossa margem para não impactar muito no preço ao consumidor”, relatou Edison Nunes, diretor comercial da NewAge.

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