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Vestígios de chicha de 2,5 mil anos são encontrados na Amazônia equatoriana

Complexo sistema de centros urbanos pré-hispânicos foram encontrados no Vale Upano, com resultados sendo publicados na revista Science

Arqueólogos recentemente descobriram jarras contendo vestígios de chicha, uma espécie de cerveja feita de milho, ao encontrarem uma rede de cidades de 2,5 mil anos atrás, até então desconhecida na porção do Equador da Amazônia, situada no leste do país.

A revelação é resultado de uma pesquisa cujos resultados foram publicados na revista Science em artigo sob o título “Two thousand years of garden urbanism in the Upper Amazon“. O estudo identificou um complexo sistema de centros urbanos pré-hispânicos no Vale Upano, no Equador amazônico, próximo a um vulcão.

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Para os pesquisadores, a presença do vulcão pode ter desempenhado um papel fundamental na formação da comunidade, oferecendo um solo propício para a agricultura, mas também representando uma potencial ameaça de destruição. Acredita-se que essa rede de cidades tenha sido construída há aproximadamente 2,5 mil anos, com uma ocupação que perdurou por cerca de mil anos.

O artigo destaca que as escavações arqueológicas datam a ocupação desde aproximadamente 500 a.C. até entre 300 e 600 d.C. O arqueólogo Stéphen Rostain, diretor de pesquisa do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França, é o principal autor do trabalho.

Os pesquisadores relatam a presença de praças e ruas que seguem um padrão específico, entrelaçadas com extensas drenagens agrícolas e amplas estradas que conectam comunidades em uma intrincada rede.

Dentre as descobertas mais notáveis na Amazônia equatoriana estão as jarras com os vestígios de chicha, provavelmente utilizadas para o consumo da cerveja ancestral fabricada a partir do milho. Na etapa final de produção, o malte extraído e aquecido é colocado para fermentar em grandes recipientes por vários dias antes do consumo.

A relevância histórica da descoberta é grande, pois desafia a visão anterior de que os povos da Amazônia eram predominantemente nômades. As evidências apontam para a existência de sistemas urbanos semelhantes aos dos maias no México. Além disso, esses assentamentos revelam-se pelo menos mil anos mais antigos do que qualquer outra sociedade amazônica previamente identificada.

“Um desenvolvimento inicial tão extenso no Alto Amazonas é comparável a sistemas urbanos maias semelhantes recentemente destacados no México e na Guatemala”, diz um trecho do artigo.

1 Comment

  • Vania Davanzo Reply

    31 de janeiro de 2024 at 13:43

    Altamente relevante a produção de dados arqueológicos que nos possibilitam, ao serem estudados, encontrar soluções mais acertadas aos desafios que nos surpreendem.

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