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Especial Vidro: Quais cuidados podem otimizar o uso de garrafas

Ações simples garantem melhor utilização de embalagens que são mais resistentes e duráveis

Realizado após etapas fundamentais do processo produtivo, como brassagem e fermentação, o envase é um passo decisivo para que a cerveja possa chegar às mãos do consumidor. E quando as fabricantes optam por realizá-lo em garrafas de vidro, é preciso adotar alguns cuidados para otimizar a sua utilização. Essas ações ajudam a melhorar o seu aproveitamento, especialmente quando somadas a outras, seja no transporte, armazenamento ou mesmo no processo de retorno às fábricas.

O processo de lavagem do vidro pode ser realizado com água aquecida, desde que seja respeitada a diferença de temperatura, de 42ºC, de acordo com a norma NBR-14910, da ABNT. Além disso, a recomendação é de que o aquecimento da embalagem seja gradativo, para que a embalagem não se fragilize e sofra choque térmico. Já os cervejeiros que optarem por colocar as garrafas em máquinas lavadoras, devem ter atenção para que os bicos de inox do equipamento não entrem em contato com o vidro.

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São cuidados simples dentro de um processo de higienização, mas que podem ser fundamentais para que algumas cervejarias consigam ampliar o reaproveitamento das embalagens de vidro, em um cenário que deve ser de aumento da procura por essa solução, como cita a presidente da Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), Cristiane Foja.

“O processo de limpeza traz uma grande oportunidade para a indústria, até pela demanda do consumidor, que é o reuso, uma solução prática, aproveitando um espaço de expansão, pois acreditamos no crescimento de 25% no uso dessa embalagem até 2025”, afirma.

Os fabricantes também devem estar atentos no momento de inserção do líquido na garrafa de vidro, como ensina Rodrigo Toledo, coordenador de sistemas de qualidade da Verallia. “No processo de enchimento da embalagem, é necessário ficar atento ao alinhamento do bico de enchimento para que este não toque as laterais do pescoço da garrafa, o que poderia riscar ou até mesmo lascar a parte interna da embalagem”, explica.

Além disso, é preciso respeitar o chamado “headspace”, espaço para que exista ar dentro da embalagem, necessário para que o CO2 se expanda e não gere pressão excessiva na embalagem, o que provocaria o risco de acidentes. Os fabricantes de garrafa de vidro reforçam que a sua medida é definida no desenho do produto e deve ser respeitada, garantindo que o volume adequado seja acondicionado na embalagem e a câmara de expansão esteja correta.

A inserção do rótulo também precisa ser feita na área determinada na garrafa, o deixando bem posicionado, o que evita contatos com as demais embalagens durante o processo produtivo na fábrica e até mesmo em seu manuseio no ponto de venda. O profissional da Verallia alerta para riscos relacionados aos contatos entre garrafas na linha de produção, que podem chegar a até afetar a estrutura da embalagem, além de criar pontos de fragilização.

Todo o impacto gerado no manuseio da embalagem de alguma forma prejudica sua resistência, o que torna necessário um bom ajuste nas linhas de produção. O barulho excessivo de vidros batendo na linha é um forte sinal de que a resistência da embalagem de vidro está sendo prejudicada

Rodrigo Toledo, coordenador de sistemas de qualidade da Verallia

Cuidados para além do envase
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro), Lucien Belmonte, destaca que, por suas características de resistência e durabilidade, a garrafa, quando bem manipulada nas diferentes etapas, da fabricação ao seu retorno para a indústria, pode ser utilizada centenas de vezes.

“Tudo é viável, de acordo com o que se demanda para aquela embalagem. A questão é se a garrafa foi feita para aquela função – ser retornável, por exemplo. A partir disso, ela terá as propriedades de segurança para o seu uso”, comenta.  

Essa manipulação correta da embalagem ganha relevância para os casos em que se pretenda reutilizar aquela garrafa. Nesse caso, o cumprimento dos cuidados deve vir acompanhado por movimentos da cadeia que reforcem as características de circularidade do vidro.

“O reuso funciona quando se está perto da fábrica que vai limpar a embalagem e quando há demanda por consumo dos retornáveis, mas tem fatores desafiadores, que são os tributos, os fretes e a distância. Então, a movimentação precisa ser motivada e a conta precisa valer a pena para multiplicarmos o reaproveitamento”, comenta a presidente da Abrabe.

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Além disso, a resistência e as propriedades de reciclabilidade tornam o vidro um grande aliado da economia circular, podendo contribuir fortemente para seu avanço. A recente movimentação para abertura de novas fábricas e fornos de vidro reforça a expectativa de aumento do reaproveitamento desse material.

“Novas fábricas de produção de vidro estão em desenvolvimento, aumentando o mercado de consumo e, consequentemente, de reciclagem também. As novas fábricas vêm acompanhadas de novas tecnologias e mais eficiência nos processos”, relata Gabriela Ditt, analista de relações institucionais e sustentabilidade da Abividro.

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