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Leuven aproveita inspiração belga para reforçar uso de ingredientes nacionais

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Marca da CBCA tem apostado em insumos locais em lançamentos e cervejas premiadas

Leuven é uma cidade na Bélgica, mas, para o consumidor brasileiro, também pode representar uma das marcas da CBCA. A inspiração em uma das mais tradicionais e reconhecidas escolas cervejeiras é óbvia e está presente no nome da Leuven, mas a marca, que tem sua sede em Piracicaba (SP), também vem aproveitando as reconhecidas inovação e inventividade dos belgas para tornar os seus rótulos mais brasileiros, com o uso de ingredientes locais.

A estratégia tem várias motivações. Há desde o acesso mais fácil a esses produtos, assim como aspectos financeiros. E, principalmente, a possibilidade de fomentar o trabalho de parceiros locais, mostrando que insumos tipicamente brasileiros podem ser ainda melhores do que os originais, importados.

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“Buscamos ir a fundo, saber mais das regiões produtoras, do sistema de plantio, da origem, se são plantas nativas, se são de agricultura sustentável”, explica Karin Barreira, gerente de marketing da CBCA. “A Leuven usa ingredientes nacionais, de fácil acesso. Para fazer uma Dubbel, uma Quadruppel, na Bélgica, eles utilizam o açúcar de beterraba, que é produzido na Europa. Aqui, ao invés de trazermos esse produto, usamos o nosso açúcar, o melaço de cana, que é similar. Com a diferença que é da minha região, aqui de Piracicaba, e está disponível em larga escala, por ser uma região canavieira”, acrescenta.

Tem dado certo, tanto que a marca vem sendo reconhecida em concursos pela excelência com medalhas, inclusive, para cervejas de estilos de origem belga. Recentemente, os dois ouros conquistados pela Leuven no Concurso Brasileiro de Cervejas, em Blumenau (SC), foram para uma Dubbel, a Warlock, e uma Quadrupel, a Dark Wolf.

A Warlock tem, inicialmente, notas de malte, caramelo e chocolate. Também no aroma e sabor, notas de uva passa e ameixa. E o toque local é dado pela Leuven com a adição de melado e açúcar mascavo, ingredientes com produção massiva no interior paulista. Já a Dark Wolf é uma cerveja forte e potente, além de complexa. De acordo com o descritivo, seu aroma maltado remete ao caramelo e notas de ésteres frutados, trazendo frutas vermelhas, passas, tâmaras e ameixa seca, que finalizam com suave nota vínica e de carvalho francês.

Para Karin, as medalhas indicam o êxito do uso de ingredientes locais pela Leuven, que consegue produzir cervejas com qualidade reconhecida por juízes. E ainda contribui para o fomento da atividade em localidades próximas de onde a cervejaria está instalada.

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“Esses ingredientes entregam atributos bons ou melhores. As cervejas têm medalhas internacionais, concorreram com cervejas da Bélgica e nós ganhamos com insumos brasileiros, como o melaço de cana. Fica tão incrível quanto uma cerveja de lá. E é uma forma de a gente estimular a produção nacional e utilizar recursos que estão muito mais próximos”, diz.

Além disso, em um mercado que encara desafios de custos de matéria-prima e insumos, a Leuven consegue se proteger de oscilações de preços internacionais e oferecer um produto mais acessível ao público cervejeiro.

“O custo de produtos como uma Quadruppel, que fica 120 dias em tanque, já é alto, pela forma e tempo de produção. Usando recursos nacionais, você consegue fazer essa cerveja chegar mais acessível ao consumidor”, pondera a gerente de marketing da CBCA.

Inventividade além das belgas
Com o uso de elementos nacionais de modo inventivo e inovador, parecia claro o encontro da Leuven com a Catharina Sour, estilo de cerveja brasileiro reconhecido internacionalmente, pelo BJCP no fim de 2021. E foi isso que aconteceu, com o recente lançamento da Sour Eternal Sunshine. É uma cerveja que aposta na mistura de frutas amarelas, casos da manga, que é orgânica certificada, da uvaia e do maracujá, em uma combinação que a deixa refrescante, além de reforçar o paladar.  

“Nós trouxemos a uvaia, uma fruta pouco conhecida, exótica, mas que é da nossa Mata Atlântica. Ela é extremamente aromática, cheirosa e muito saborosa. E cai como uma luva para esse estilo. Também trouxemos o maracujá, que também é nativo, sendo muito difundido no país. E a manga, que não é nativa do Brasil, mas se adaptou muito bem aqui. E é de uma fazenda do interior de São Paulo, toda de cultivo orgânico. Então, a gente trouxe três frutas aromáticas, produzidas aqui no estado, para compor essa cerveja”, relata.

É também o que se vê na Rye IPA Drache, premiada com uma medalha de prata na última edição do Concurso Brasileiro. Afinal, ao mesmo tempo em que conta com os lúpulos Vic Secret, da Austrália, e Ariana, da Alemanha, com o seu dry-hopping sendo responsável pelo aroma complexo, também traz notas de frutas tropicais, a lichia, o melão e o maracujá.

“Nós somos produtores e exportadores de frutas por excelência, temos uma variedade muito grande. Então, temos diversos sabores, aroma, acidez, frutas mais doces… E a Leuven quer aproveitar isso”, conclui Karin.

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