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Rússia sem Bud, feira cancelada, fábrica atingida: Confira impactos da guerra

budweiser rússia
Iniciado em 24 de fevereiro, conflito na Ucrânia tem se refletido na paralisação de operações de grandes cervejarias na Rússia

O conflito na Ucrânia, iniciado em 24 de fevereiro, com a invasão do seu território pelas forças de segurança da Rússia, tem motivado uma série de ações envolvendo o setor cervejeiro nesses países. O maior impacto vem sendo a paralisação da operação de grandes marcas na Rússia, com o último movimento tendo envolvido a AB InBev, que solicitou à sua parceira na operação local que deixe de vender e fabricar a Budweiser.

A AB InBev tem uma operação em conjunto com a cervejaria turca Efes na Rússia e na Ucrânia, não sendo a controlada da joint venture. “Temos uma joint venture na Ucrânia e na Rússia com a cervejaria turca Anadolu Efes. No entanto, não temos o controle da joint venture e não a consolidamos em nossas contas. Solicitamos ao acionista controlador a suspensão da licença para a produção e venda de Budweiser na Rússia. Além disso, estamos perdendo todos os benefícios financeiros das operações da joint venture”, afirma Michel Doukeris, CEO da AB InBev, em nota oficial.

Leia também – Marcas se unem em movimentos e criam cervejas em apoio ao povo ucraniano

A AB InBev, que possui 1.800 funcionários na Ucrânia, está instalada em três fábricas no país. Já na Rússia, onde agora prometeu paralisar a fabricação da Budweiser, são 11 fábricas e 3 maltarias. “Os funcionários da joint venture na Ucrânia e na Rússia continuarão a ser apoiados e pagos. Estamos focados em apoiar nossos funcionários, suas famílias e os esforços de ajuda humanitária na Ucrânia, enquanto desejamos a paz”, acrescenta a AB InBev.

Antes da paralisação da fabricação da Budweiser, a Heineken e a Carlsberg haviam anunciado a decisão de interromper as operações na Rússia, assim como a Molson Coors suspendeu os seus negócios por lá, em decisões que acompanharam outra série de saídas de empresas multinacionais do setor de alimentos e bebidas, como Coca-Cola, Starbucks, McDonald’s, Burger King e KFC, mas também de outros segmentos, caso de Apple e Goldman Sachs.

A Carlsberg conta com a cervejaria líder do mercado da Rússia, a Baltika Breweries, a qual é proprietária majoritária desde 2008, tendo 8.400 funcionários. No ano passado, Rússia e Ucrânia representaram, aproximadamente, 13% da receita do grupo.

“Estamos ao lado do povo ucraniano e de todo o mundo ao condenar a invasão russa nos termos mais fortes possíveis. Estamos totalmente comprometidos em aderir a todas as sanções relevantes impostas pela União Europeia e outros órgãos internacionais”, anunciou a companhia de origem dinamarquesa.

A companhia explicou, no entanto, que a Baltika seguirá em operação. “Pararemos de produzir e vender nossa principal marca, Carlsberg, no mercado russo. A Baltika Breweries será administrada como um negócio separado, com o objetivo de sustentar nossos funcionários e suas famílias”, continua.

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“Estamos nos comprometendo que quaisquer lucros gerados pelos negócios na Rússia serão doados para organizações de ajuda humanitária. Já anteriormente, o grupo Carlsberg, juntamente com as Fundações Carlsberg, doou 10 milhões de euros para apoiar os esforços humanitários na Ucrânia”, acrescenta.

Recentemente, diante do intenso movimento de saída do país, marcado pelas condenação da invasão do território ucraniano, o governo russo ameaçou nacionalizar empresas que deixaram o país e suas instalações. “O governo russo está trabalhando em medidas para iniciar a falência das empresas e, em seguida, a nacionalização das propriedades”, afirma Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia e ex-presidente do país.

Fábrica de vidros atingida
A paralisação das atividades tem sido adotada por outras companhias presentes nos países envolvidos nos conflitos, mas ainda assim algumas sofrem com os efeitos da guerra. Foi o caso da fábrica de vidros do Grupo Vetropack na cidade ucraniana de Gostomel, que acabou sendo “severamente danificada” pelas operações militares.

A fábrica foi fechada em 24 de fevereiro, dia da invasão da Ucrânia pela Rússia. Assim, nenhum funcionário morreu ou se feriu.

Estamos felizes por termos escolhido suspender a produção a tempo. Ao fazer isso, conseguimos evitar que houvesse vítimas entre nossos colegas como resultado desses eventos

Johann Reiter, CEO do Grupo Vetropack

Em Gostomel, está localizada uma das nove fábricas do Grupo Vetropack, de origem suíça, na Europa. Ela produz embalagens de vidro a partir de três tanques de fusão, com oito linhas de produção. Além disso, contribuiu com cerca de 10% das vendas da companhia em 2021. Ao noroeste da capital Kiev, Gostomel é conhecida pelo seu aeroporto, considerado estratégico para as tropas de ocupação da Rússia.

Também presente na Ucrânia, a Verallia, outra gigante do setor de embalagens, suspendeu a produção na sua unidade na cidade de Zorya. 

Feira cancelada
Tradicionalmente realizada em Nuremberg, a BrauBeviale sofreu em 2020 e 2021 com os efeitos da pandemia do coronavírus, sendo que em 2022 ocorrerá de modo online, em novembro. Mas havia uma versão russa marcada para este ano, a Beviale Moscow, que ocorreria entre 29 e 31 de março, na capital do país. Agora, porém, foi suspensa e não vai mais acontecer, como lamentou o gerente de projeto Thimo Holst.

“É claro que as circunstâncias nos obrigam a suspender a Beviale Moscow 2022, semanas antes de acontecer. Que revés para o nosso projeto! Apenas dois comentários sobre isso: minha frustração pessoal e nossa perda econômica não significam nada em comparação com o sofrimento dos ucranianos. E não significa nada em comparação com a pressão que agora recai sobre o povo russo para se levantar contra seu governo. Que desastre…”, escreveu Holst em seu perfil no Linkedin.

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