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13 cervejarias brasileiras que têm negros em cargos de protagonismo

Desigualdade da sociedade brasileira se reflete na baixa presença de negros em cargos relevantes no setor, mas há casos inspiradores

O setor de cervejas artesanais brasileiras já deu passos importantes nos últimos anos em termos de desenvolvimento de novos produtos, criação de espaços e capacitação de mão de obra. Mas o segmento ainda mostra-se atrasado quando o tema é inclusão, seja em cargos de relevância em cervejarias ou mesmo quando são observados acontecimentos que ficaram marcados como casos explícitos de discriminação racial contra negros.

No Dia da Consciência Negra, celebrado neste sábado (20), as palavras igualdade, equidade e diversidade serão comuns nos discursos. Porém é preciso ressaltar que a verdadeira e efetiva inclusão passa por ações antirracistas reais, como oferecer mais oportunidades no mercado para profissionais negros em cargos de comando e protagonismo dentro das cervejarias, o que pouco se vê.

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É uma realidade que o setor cervejeiro reflete da desigual sociedade brasileira. Segundo o estudo Desigualdades Sociais por Cor e Raça no Brasil, divulgado em 2019 pelo IBGE, pretos ou pardos somavam 64,2% da população desocupada e 66,1% da população subutilizada; tinham rendimento médio pouco superior à metade do que recebem os brancos; e quase 2,7 vezes mais chances de serem vítimas de homicídio intencional do que uma pessoa branca.

Apesar disso, com coletividade e resistência, muitos são os homens negros e mulheres negras espalhados pelo Brasil que estão à frente de cervejarias, como proprietários, mestres-cervejeiros ou sócios. Essas pessoas, embora por vezes desconhecidas do setor, aparecem como exemplo e inspiração para que outros homens e mulheres, também negros, venham a ocupar mais estes locais.

É a representatividade, que pode se transformar em uma ruptura no sistema, que ganha ainda mais importância em um espaço historicamente preconceituoso como a sociedade brasileira. Por isso, para inspirar e mostrar que tem muita gente preta capacitada espalhada por aí, o Guia elaborou uma lista com 13 cervejarias que têm negros e negras em cargos relevantes.

Bahia
Alforria – De Vitória da Conquista, essa marca homenageia grandes personalidades negras em seus rótulos, como Angela Davis (Brut IPA), Jesse Owens (Vienna Lager) e Dandara (American Wheat com Cupuaçu).

Brabah Cervejaria – A Brabah é uma cervejaria artesanal de Salvador que dá protagonismo às mulheres, o que inclui a representatividade nos rótulos, que levam imagens alusivas às agricultoras, rendeiras, pretas velhas e cangaceiras.

Distrito Federal
Cervejaria Dona Maria – A marca possui um beer garden em uma chácara de Planaltina, em um agradável ambiente rural. Tendo surgido como uma cervejaria caseira, possui interessante variedade de rótulos, como American IPA, Blond Ale, Hop Lager, Stout e Witbier.

Cervejaria Seu Joca – De Brasília, a cerveja é produzida para homenagear Seu Joca, marido da dona Valda e pai de oito filhos, sendo um deles o idealizador da marca, quem tem a Summer Ale como um dos destaques do seu portfólio.

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Paraíba
Femme Cervejaria – Levando a mulher, em francês, no seu nome, a Femme surgiu em Campina Grande, pelas mãos de Ranny de Souza. Também responsável pelas receitas, ela busca dar protagonismo às mulheres na produção e no consumo.

Rio de Janeiro
Cervejaria Paranoide – De Volta Redonda, a Paranoide atua para se manter próxima de iniciativas da sua comunidade. No ano passado, ao participar do movimento internacional Black is Beautiful, destinou o lucro da venda da sua cerveja para 5 artistas negros de sua região. E a ilustração de um deles foi utilizado no rótulo da cerveja.

Brassaria Ampolis – Criada em 2013 no Rio de Janeiro, a Brassaria Ampolis surgiu como uma homenagem de Sandro Gomes ao seu pai, o lendário humorista e sambista Mussum, em sociedade como Diogo Mello e Leonardo Costa. Famosa pelos rótulos Cacildis e Biritis, foi adquirida em 2017 pelo Grupo Petrópolis, que a incluiu no seu portfólio de cervejas especiais.

Cervejaria Intensa – Surgida no Rio de Janeiro como Cervejaria Donna, mudou de nome para Intensa em 2019. E leva o nome de mulheres em suas cervejas, como Elza (Pilsen), Sandra (California Common), Amélia (Irish Red Ale), Fernanda (Marzen), Chica (English IPA) e Catarina (Russian Imperial Stout).


Rio Grande do Sul
Implicantes – Autointitulada a primeira cervejaria criada por negros no Brasil, a Implicantes sempre se posicionou frente às questões raciais e adotou o hábito de homenagear representantes negros importantes em seus rótulos. Sofreu ataques racistas em 2020, quando realizou um crowdfunding para seguir em atividade, o que teve como reação uma onda de apoio a esta marca de Porto Alegre.

São Paulo
Cozinha Omi Odara – Criada por Dani Souza em São Paulo, produz pratos e cervejas artesanais com sabores tropicais, como o capim limão, usado na sua Amber Ale, ou o manjericão com mexerica, na sua Witbier.

Costa Leste Cervejaria – Do bairro Vila Silvia, na zona leste de São Paulo, surgiu em 2014 inicialmente como uma confraria. Tem a APA como um dos principais rótulos. E diz que o foco é produzir cervejas para atender o público local.

Graja Beer – Do Grajaú, o maior distrito de São Paulo, localizado na zona sul da cidade, tem adotado ações que buscam levar o empreendedorismo cervejeiro para a periferia. Possui um pub onde oferece o espaço para manifestações culturais de artistas da região.

Zaicent Produtos Artesanais – Do ABC Paulista, em Santo André, também produz linguiças artesanais. Fabrica, entre outras, uma IPA e uma APA com Citra.

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