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Heineken tem queda nas vendas no Brasil, mas lucra 3,1 bilhões de euros no mundo

Grupo acumula alta nas vendas de 15,1% da sua principal cerveja em 2021, mas foco em marcas premium reduz a expansão global

O Grupo Heineken ainda sofre com os efeitos da pandemia do coronavírus, mas também apresenta recuperação relevante no terceiro trimestre. É o que aponta o seu balanço financeiro, divulgado nesta quarta-feira, com um lucro líquido global reportado de 3,082 bilhões de euros (aproximadamente R$ 19,95 bilhões, na cotação atual) de janeiro a setembro. O resultado se dá mesmo diante da queda no volume de vendas do Grupo Heineken no Brasil, um dos seus principais mercados, provocado especialmente pela redução brusca do faturamento com o seu portfólio econômico, em uma estratégia que concentra a atuação nas marcas premium e mainstream, também sendo adotada em outros países.

O lucro líquido reportado de 3,082 bilhões de euros representa um aumento relevante em comparação aos 396 milhões de euros (R$ 2,563 bilhões) do mesmo período de 2020. Considerando que a cervejaria registrou um ganho excepcional de 1,3 bilhão de euros (R$ 8,4 bilhões) a partir da remensuração da sua participação acionária na indiana United Breweries, após a obtenção do seu controle no fim de julho, o lucro foi semelhante ao de janeiro a setembro de 2019, quando ficou em 1,667 bilhão de euros (R$ 10,79 bilhões).

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O balanço financeiro do Grupo Heineken também aponta que a companhia teve uma retração orgânica de 5,1% no volume de cerveja no terceiro trimestre no mundo, com 60,2 milhões de hectolitros. Ainda assim, acumula alta de 4% nos nove primeiros meses de 2021 ao chegar aos 170,1 milhões de hectolitros.

O resultado da Heineken é melhor. A cerveja teve crescimento de 8% no volume global no terceiro trimestre, com 12,8 milhões de hectolitros, e já soma uma expansão de 15,1% no período de janeiro a setembro, com 35,5 milhões de hectolitros. De acordo com o balanço do Grupo Heineken, essa expansão foi superior aos 10% em mais de 50 mercados, incluindo o Brasil. E esse desempenho forte se repetiu com a Heineken 0.0, que apresentou crescimento de pouco mais de 20%, tendo um “desempenho particularmente forte” no país.

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O efeito de redução nas vendas de todo o portfólio, mas de crescimento entre marcas premium e mainstream, se dá por uma estratégia global, de acordo com o CEO da companhia, Dolf van den Brink. No comentário do balanço, ele afirma que o Grupo Heineken vem mantendo o foco em revitalizar o portfólio com ênfase nas cervejas premium, com baixo teor alcoólico ou mesmo sem álcool.

Isso fica claro nos dados divulgados pelo Grupo Heineken sobre o Brasil. De acordo com o balanço, a estratégia de deixar em segundo plano o portfólio econômico resultou em um encolhimento de 40% nas vendas desse tipo de produto. E provocou impacto no volume geral de cervejas vendidas no país: no trimestre, a queda ficou em torno dos 15%, apesar da expansão acima do mercado dos portfólios premium, impulsionada pelo crescimento nas vendas de Heineken, Eisenbahn, Devassa e Amstel, além do lançamento da Tiger.

Um movimento parecido ocorreu com os produtos não cervejeiros, que teve queda de 50,9% no seu volume após a retirada do portfólio de refrigerantes que tinham baixa margem de lucro.

“A primeira fase de expansão da capacidade da cervejaria de Ponta Grossa, dedicada ao volume premium, foi concluída com sucesso”, destaca o Grupo Heineken nos comentários do balanço sobre a atividade no Brasil, também citando as mudanças no modelo de distribuição implementadas após acordo com o Sistema Coca-Cola.

Outras regiões
Nas Américas, o volume de cerveja do Grupo Heineken diminuiu 3,4% organicamente no trimestre, para 21,2 milhões de hectolitros. Mas a Heineken expandiu 10,2% na região, chegando aos 4,9 milhões de hectolitros. Os volumes de cerveja na Europa caíram 2,3% organicamente no trimestre, para 23,5 milhões de hectolitros. Na Ásia-Pacífico a queda foi de 37,4%, para 5,9 milhões de hectolitros.

Assim, a única região com expansão nos volumes do portfólio do Grupo Heineken foi a que reúne países da África, Oriente Médio e Europa Oriental: o crescimento ficou em 5,5% no período, com 9,6 milhões de hectolitros. Até por isso, a companhia manteve a expectativa de fechar 2021 abaixo do nível de 2019, último ano pré-pandemia.

O ambiente macro permanece volátil e estamos respondendo de acordo. Estamos adotando uma abordagem assertiva de preços e custos em todos os nossos mercados para enfrentar esse desafio. Portanto, nossas expectativas permanecem inalteradas, com os resultados do ano inteiro permanecendo abaixo de 2019

Dolf van den Brink, CEO do Grupo Heineken

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