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Malte tem safra abaixo da expectativa e deve pressionar preço da cerveja nos EUA

Produção de cevada teve redução de 36%, para 2,3 milhões de toneladas, em sua última safra nos Estados Unidos

O risco de faltar malte se tornou um desafio para cervejarias nos Estados Unidos e no Canadá. A preocupação com o acesso a um dos ingredientes básicos de qualquer rótulo surgiu da safra abaixo da expectativa da cevada para malte na América do Norte. E isso poderá se transformar em alta dos preços.

A seca nos Estados Unidos e no Canadá reduziu drasticamente a produção de cevada para malte. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimou que a produção total de cevada dos EUA será reduzida em 36%, para 2,3 milhões de toneladas em 2021, em comparação com a safra do ano anterior. Cinco anos atrás, a produção de cevada estava em 4,8 milhões de toneladas, mais do que o dobro da taxa atual.

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Em um ano normal, cerca de 2 milhões de toneladas da produção de cevada dos EUA é usada para malte. Com um déficit de cerca de 1,3 milhão de toneladas de cevada este ano, faltará, aproximadamente, 1 milhão de toneladas de cevada para malte. Assim, a qualidade da cevada em uso deverá ser menor do que nos anos anteriores.

A safra de cevada do Canadá neste ano também foi ruim. A produção caiu 2 milhões de toneladas, para cerca de 8 milhões de toneladas. Isso reduzirá as exportações de 2,8 milhões de toneladas de cevada em 2020 para cerca de 1,8 milhão de toneladas de cevada em 2021, de acordo com as previsões do Conselho Internacional de Grãos.

As safras foram afetadas por condições climáticas adversas, como o calor excessivo no verão, como explica Luke Chapman, vice-presidente de assuntos federais da Beer Canada, uma associação da indústria que representa cerca de 55 cervejarias canadenses.

“O que estamos ouvindo das organizações de cevada e dos próprios produtores de cevada é que isso acabará afetando o fornecimento de cevada que está disponível para os produtores de malte e, como resultado, o fornecimento de cevada para malte que está disponível para os cervejeiros canadenses”, avalia Chapman.

Para ele, o efeito dessa safra reduzida do malte será percebido pelo consumidor no próximo ano, com a cerveja ficando mais cara. “E, como sabemos, quando a oferta é reduzida, o preço provavelmente aumentará, o que terá um impacto nos preços da cerveja em todo o Canadá no próximo ano.”

Novas receitas?
O cenário deixa poucas alternativas às cervejarias visando a estocagem para a produção de suas cervejas em 2022. As companhias podem concordar em pagar um nível de preço muito mais alto – e que muito provavelmente não estava em seu orçamento – ou apostar em uma queda no valor cobrado no início do próximo ano.

Porém, a recuperação do mercado cervejeiro impõe um risco a quem decidir esperar. Afinal, como o consumo aumentou diante da redução das restrições das medidas para evitar a propagação do coronavírus, a disponibilidade de malte pode ser reduzida no próximo ano, ainda mais que os níveis de estoques do começo da safra já estavam baixos.

Analistas acreditam que, como em anos recentes, não existirá cervejeiro sem malte. Mas destacam que a indústria precisará adaptar as demandas ou pagar mais caro para ter o produto na qualidade que possuem como padrão.

“E isso significa que muitas pessoas terão que ajustar as receitas e mudar a forma como estão fazendo as coisas, porque você não obterá tanto álcool com a mesma quantidade de malte”, analisa Chris Hooper, gerente-geral da cervejaria canadense Origin Malting and Brewing.

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