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Artesanais precisam incluir mulheres e jovens no mercado, indica pesquisa

Retrato dos Consumidores de Cerveja 2022 apontou necessidade de atração das mulheres para universo das artesanais

A importância de tornar o setor de cervejas artesanais mais diverso voltou a ter sua necessidade comprovada, agora por uma pesquisa, que indicou ser preciso renovar o público para ampliar a participação de mercado. O levantamento “Retrato dos Consumidores de Cerveja 2022” apontou uma pequena participação das mulheres e dos jovens no segmento em comparação aos homens e às pessoas mais velhas.

A pesquisa indica uma presença menor das mulheres nos universo das pessoas que bebem cervejas artesanais e comuns – 25,88% – do que entre aquelas que só consomem as comuns – 42,35%. “Podemos afirmar que a mulher é uma consumidora interessada em cerveja tanto quanto os homens, mas que precisa de formas de divulgação e atração para as artesanais de forma distinta que os homens”, avaliam os responsáveis pelo levantamento.

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De acordo com o próprio trabalho, respostas a outras perguntas da pesquisa indicam caminhos para que mais mulheres passem a fazer parte do universo das cervejas artesanais. E elas envolvem recomendações de consumo e harmonizações.

Afinal, de acordo com as respostas das mulheres, a sua segunda maior fonte de informações são indicações de amigos. “Isso demonstra que o boca a boca é muito importante para esse público. Talvez um bom caminho a seguir aqui seriam as cervejarias e distribuidores apostarem no estímulo às confrarias, para facilitar o boca a boca por meio de recomendações”, sugerem os pesquisadores.

Os responsáveis pelo levantamento também apontam que a frequência de consumo incute uma oportunidade para trazer mais mulheres ao mundo das artesanais. Afinal, homens dizem que bebem de 2 a 3 vezes por semana, enquanto mulheres afirmam que consomem cerveja até 1 vez por semana. A ideia, assim, é tornar essa ocasião mais especial.

“Um possível enfoque seria em valorizar mais a oportunidade semanal de beber do que os homens, por exemplo com cervejas mais complexas e de maior valor, que poderiam vir com sugestão de harmonização, explorando o maior interesse feminino nesse tipo de atividade”, avaliam.

Outras inclusões
O levantamento também buscou entender os motivos que levam as pessoas a não consumirem cervejas artesanais. E os mais citados foram achá-las caras (35,94%) e não saber escolher para experimentá-las (32,11%). “Aqui ficam escancarados dois problemas que o mercado de cervejas artesanais precisa resolver para abraçar esse público, que ama cerveja: melhorar a aproximação e informação do produto para o público e trabalhar melhor o preço. Sobre aproximação e informação, é preciso ter uma brigada atenta, treinada e preparada para receber o novo consumidor”, afirmam os pesquisadores.

O trabalho, que teve 4.388 respondentes de todos os estados brasileiros, também apontou que o público que consome cervejas comuns é mais jovem – 42,66% têm entre 18 e 35 anos – do que o que também bebe artesanais – 33,49% na mesma faixa etária. “Fica claro que o mercado precisa estar atento à sua renovação e buscar identificações com a faixa etária mais jovem”, dizem os responsáveis pela pesquisa.

A inclusão racial também é um desafio para o segmento. No grupo que consome cervejas artesanais e as comuns, a participação dos brancos – 77,98% – é maior do que entre os que só compram as comuns – 63,46%.

Já o nível de escolaridade entre os consumidores também aponta para a elitização do segmento das artesanais. Enquanto 41% dos respondentes que só bebem cervejas comuns não possuem formação superior, o índice cai para 20% para os que consomem artesanais e comuns.

A falta de diversidade no segmento adentra, inclusive, o mercado musical. Afinal, enquanto o segmento é bastante associado ao rock, a preferência do consumidor parece ser outra: a MPB. O estilo foi o mais citado pelos consumidores, com 22,56% da preferência de som para embalar a cerveja, à frente do blues (22,5%) e do rock (18,43%).

O levantamento
Realizada pelo terceiro ano seguido, a pesquisa teve a participação de consumidores de todos os estados brasileiros, com 4.388 respondentes, uma alta de 116,9% em relação a 2021. O trabalho foi feito utilizando coleta de dados pela internet, sem um plano amostral aleatório.

Retrato dos Consumidores de Cerveja 2022 teve criação e distribuição de Leandro Bulkool e Ludmyla Almeida, com tabulação dos dados por Guilherme Castro Oliveira e trabalho do estatístico Lucas Fernandes. A análise e insights foram de Leandro Bulkool, Lucas Fernandes, Ludmyla Almeida e Roberto Fonseca.

“Mesmo com essa restrição metodológica, esta pesquisa representa uma fonte valiosa de informações para quem trabalha no setor, principalmente pelo número de respondentes obtidos, o alcance e a falta de pesquisas semelhantes no Brasil”, afirmam.

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